No dia 09 de fevereiro de 2009 fará nove meses em que fui afastado da direção do Grupo IMNE, por decisão judicial, após 33 anos de serviços prestados a comunidade na área médica.
Achei injusto? Obviamente, sim.
Guardei mágoas, rancor, ódio, outros sentimentos menores? Não.
Para quem lê esse blog, nesse momento, pode até pensar que eu seja uma pessoa detentora de uma debilidade de pensamento com a afirmativa que farei: Que aprendizado! Quanto crescimento me foi proporcionado nesse período!
Olhar sua criação sem poder dela participar, olhar cada tijolo e dele se aproximar sem ter o poder de mando, ver as pessoas entrarem em sua própria casa e darem as ordens, praticamente dizendo pra você em qual lado da mesa o talher deve ser colocado.
Tive decepções. Talvez elas estivessem sempre ao meu lado e eu não conseguisse enxergar.
Às vezes, cultivamos uma sensação que a própria cultura de vida nos impõe.
O duro e que nos dá o aprendizado, é olharmos o que amamos a distância com um sentimento total de impotência; dando-nos a sensação de que todos os nossos objetivos foram tombados irreversivelmente.
Após o impacto inicial é como se você tivesse absorvido um sentido de estabilização instável, onde você pergunta quem é e aonde vai.
Aí, você pára, pensa, faz uma retrospectiva de vida, analisa seus pares e atinge o primeiro estágio: Dignidade.
E é na dignidade que toda pessoa de caráter tem sua base de sustentação.
É quando você pensa em uma frase que é muito proferida pelos mais antigos, ou como se diz, hoje, pelos mais usados: “Deus só dá lombo pra quem sabe apanhar.”
Aí, você atinge o segundo estágio: Enfrentamento.
É quando você tenta falar, as pessoas não lhe ouvem, os meios de comunicação se fecham, mas sua dignidade está presente e agora, aliada ao enfrentamento.
Aí, você abre um blog. É sua forma de expressão. É um diálogo estabelecido com a tela de um computador em que você espera que alguém lhe dê resposta.
Vem a surpresa. Aparecem pessoas comentando seu diálogo, você olha na tela e o número de inserções aumenta. Você passa a ter a sensação de que passou a dialogar com muitos de uma hora para outra.
Aí, vem um mosquitinho no seu ouvido e diz: Se estão lhe ouvindo ou vendo, mesmo que seja no sentido metafórico, você atingiu o terceiro estágio: Credibilidade.
Quando você faz a aliança da Dignidade, do Enfrentamento e da Credibilidade, você adquire uma força até então desconhecida que faz, hoje, com que eu diga: “Obrigado Deus, por esses nove meses em que aprendi tanto.”
Aprendi a conhecer as pessoas que eu desconhecia, aprendi a conhecer as pessoas que eu achava que conhecia e isso, foi muito bom!
Os guerreiros antigos, sempre presentes, que eu considerava já ser o bastante, obscureciam novos guerreiros que eu não conseguia ver.
Hoje, descobrimos que nossa tribo é muito maior do que imaginávamos. As baixas da guerra foram insignificantes diante dos novos guerreiros adquiridos.
Perante a homologação da paz, sacramentada pelo sr. juiz, volto para o campo de batalha como comandante e muito mais forte.
Com a força da comunidade que credenciou minha Credibilidade, pela Dignidade dos médicos que me apoiaram com seu afastamento e pelo Enfrentamento que sempre foi uma característica própria da coragem contra o medo, posso hoje afirmar: O Grupo IMNE renasceu.
O Grupo IMNE ressurge como uma Fênix e, certamente, alçará novos e maiores vôos agregando novos valores.
A BOA MEDICINA SEMPRE FOI, É e SERÁ O NOSSO FOCO.
Herbert Neves.
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