terça-feira, 2 de dezembro de 2008

NOTA DA SECRETARIA DE PESCA DE SÃO JOÃO DA BARRA.

SECRETARIA DE PESCA DE SJB SUGERE ATUAÇÃO DE
ÓRGÃOS COMPETENTES EM DESASTRE AMBIENTAL

A antecipação e prolongamento dos períodos do defeso do camarão Sete-Barbas nos municípios que fazem parte da Foz do Paraíba do Sul e do defeso da Piracema na região foram algumas sugestões que a Secretaria Municipal de Pesca de São João da Barra enviou em relatório a órgãos competentes como o Ibama-RJ, a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) e a Federação dos Pescadores do Estado do Rio (Feperj).
Eleilton Meireles, secretário da pasta, aguarda uma resposta das entidades sobre o acidente ocorrido pelo vazamento do pesticida Endosulfan, proveniente da indústria Servatis, na cidade de Resende-RJ, que atingiu o Rio Paraíba do Sul que foi monitorado pela Secretaria de Pesca, de Meio Ambiente e a Defesa Civil do município e muitas ações foram tomadas, como o recolhimento e análise dos peixes mortos depositados ao longo da orla marítima e margens do Rio Paraíba do Sul e identificação e cadastramento de pescadores prejudicados diretamente pelo desastre ambiental.
Ele ressalta que, apesar da contaminação, o resultado poderia ter sido bem pior, devido às condições climáticas: a corrente marinha na ocasião estava sentido sul com vento leste, o que evitou que o produto se espalhasse num raio maior no oceano.
— Como o produto químico era mais pesado que a água, o veneno afetou os peixes do fundo, percebemos que as espécies bagre, jundiá, jacundá e mandi, típicas do fundo, foram as atingidas. Muitos peixes encontrados também não são da região, são eminentes de água doce, e vieram de outros locais, como o Tambaqui, carpa capim e piabanha, que não são espécies típicas da foz do Paraíba do Sul — explica Eleilton.
Apesar da contaminação e da mortandade dos peixes, o secretário comenta que o Rio Paraíba está novamente cheio de espécies, o que ele chama de milagre da natureza. “São de alguns afluentes que não foram contaminados e o curso do rio também ajuda muito para que esses peixes fossem preservados”, comemora.
Além do pescado, o tóxico prejudicou o chamado estuário do camarão, o local de reprodução da espécie na foz do Paraíba, o que, segundo Eleilton, foi bem grave. “Milhões de alevinos do camarão Sete-Barbas foram destruídos pelo veneno, o que comprometeu a pesca. Os pescadores vão ter que se afastar da costa para capturar mais camarões”, frisa.
O relatório enviado aos órgãos competentes sugere ainda que seja estabelecido um convênio de cooperação do Governo do Estado com a prefeitura para a aplicação dos recursos oriundos da verba da multa aplicada pelos órgãos ambientais e a criação de atividades para gerar emprego e renda para a população ribeirinha afetada diretamente pelo desastre ecológico. Foi sugerido ainda a realização de uma pesquisa na identificação neutralizante dos efeitos do Endosulfan e sua imediata aplicação.

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