segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ENTREVISTA COM ÁLVARO LINS.

"na companhia de insetos e urubus"

O senhor é inocente?

Eu sou inocente. Só para ilustrar, sabe qual foi um dos três motivos citados pela Procuradoria Federal e acatados pela Juíza Convocada do TRF da 2ª Região para minha prisão? O atentado contra o Delegado Alexandre Neto. Mesmo a Procuradoria sabendo que quem atentou contra este senhor foram PMs que estão presos e respondendo a processo. Desde 1997, quando passei em 1º lugar no concurso para a Polícia Civil, há um grupo de delegados que tenta me atingir porque eu fui capitão da PM. Fui inocentado de tudo que me acusaram e, em menos de 3 anos, tornei-me Chefe de Polícia. Eles nunca aceitaram isso. Tudo virá à tona em breve, isto se não me calarem antes na prisão.

Se o senhor se considera perseguido por alguns policiais, por que foi cassado por seus colegas da Alerj?

A Alerj promoveu um julgamento político, em que a verdade vale muito menos que as versões. Eles tinham uma denúncia contra mim e consideraram isto suficiente para justificar o que queriam fazer. Até o deputado Nilton Salomão votou, apesar de estar impedido pela Justiça. Ademais, existem fatores políticos ligados à própria disputa interna no PMDB e que um dia serão revelados.

Como o senhor justifica seu padrão de vida, considerado incompatível com seus rendimentos?

Meu padrão de vida é o normal da classe médica. Minha esposa é médica e trabalha de 8h às 20h diariamente em cinco empregos, além de ser sócia de uma clínica e proprietária de uma empresa prestadora de serviços médicos, tudo antes de me conhecer.

Qual a sua rotina dentro de Bangu 8?

Se uma pessoa adormecesse encarcerada numa prisão no século XIX e acordasse hoje dentro de Bangu 8, só notaria a diferença por causa da luz elétrica. Fico trancado numa cela de 17m durante 14 horas por dia e num calor de até 45 graus. Por ser perto de um lixão, a companhia é de insetos e urubus, além do mau cheiro insuportável.

O senhor acredita que vai perder o cargo de delegado de polícia em razão das mesmas acusações que acarretaram a perda do seu mandato?

Me demitir da polícia se transformou numa decisão também política. Se o critério for o direito e a Justiça, jamais poderei ser demitido.

O senhor já esteve envolvido com os grupos paramilitares, a milícia?

A milícia é a deturpação da “polícia comunitária”, mas surgiu sob aplausos de muitos. Lembro de várias reportagens retratando Rio das Pedras como exemplo de “favela sem violência”. Até Eduardo Paes elogiava.

O senhor tinha conhecimento da atividade ilícita da milícia na época em que era chefe de polícia?

É preciso lembrar que deixei a Chefia de Polícia no início de 2006 para candidatar-me a Deputado e a milícia com a estrutura tal qual existe hoje, com lucro e a disputa por comunidades, não era tão evidente, muito menos seus componentes, ou a participação de elementos da segurança pública e outros, o que passou a ocorrer depois e de forma mais aberta.

O senhor acredita que vai deixar a prisão em breve? Como viveria hoje? Continuaria no Rio?
Sou policial há 23 anos e só consigo achar que meu trabalho valeu a pena quando lembro das pessoas seqüestradas que trouxe de volta para suas casas. Fora isso nada mais me fez sentir gratificado, nem a prisão dos mais perigosos criminosos do Rio. Quando sairvou direto para minha casa. O futuro a Deus pertence.
FONTE- O DIA.

4 comentários:

  1. É Alvaro, tá certo... quem deveria estar enjaulado somos nós trabalhadores honestos e "PATRÕES" de vcs; Políticos e policiais; que pagamos os impostos!!! Aliás, onome já traduz; "IMPOSTOS"

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  2. Oi Alvaro, lamento muito por tudo que aconteceu, eu ainda acredito em vc. bjs
    carla sou brasileira, porém moro em Milao

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  3. Álvaro, vc foi muito perseguido, delegado brilhante, mas a justiça de Deus é maior!

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  4. Dr. Álvaro, vc foi muito perseguido, confie em Deus e em sua capacidade para dar a volta por cima! Abraços

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oi