domingo, 28 de setembro de 2008

JORNAL O DIÁRIO ENTREVISTA ODETE ROCHA.

O Diário – Como está a campanha da senhora?

Odete Rocha – A campanha, segundo percebemos em nossas caminhadas, está crescendo, apontando realmente para o desejo de mudança e que chegaremos ao segundo turno.

OD – Mas o que dá essa certeza?

OR – Ir às ruas e conversar com os eleitores, além das adesões que temos recebidos, tanto de pessoas organizadas em partido quanto de populares. A nossa sede vive cheia, as nossas adesões estão sendo constantes, inclusive, adesões de pessoas que não podem ter seus nomes revelados por comprometimentos com a Justiça, mas mostra o potencial para chegarmos ao segundo turno. Temos nomes aí de Dr. Makhoul Moussalem, Coronel Porto, Maria Amélia Aydes, Maria Amélia Belisário, Fábio Siqueira, que estão na minha campanha. O Fábio Siqueira, apesar de filiado ao PT, nos autorizou divulgar seu nome. Tem outras pessoas, que nos ajudam e estão conosco na campanha de forma intensa, nos ajudando mesmo, mas elas têm seus comprometimentos públicos, partidários.

OD – O que as pesquisas mostram tem correspondido ao que a senhora observa nas ruas?

OR – Absolutamente. Primeiro, porque a gente pensa que a pesquisa do IBOPE foi uma propaganda da Rosinha e a pesquisa do GERP foi uma propaganda do Arnaldo. E o que a gente ressalta também é que, ao analisarmos as pesquisas, encontramos erros brutais ali: intenção de voto muito maior do que o voto declarado. Ora, qualquer um que lida com política há muito tempo faz uma leitura da pesquisa e vê que ela está cheia de contradições.

OD – A senhora quer dizer que o que as pesquisas mostram não é a realidade?

OR – Pelo que vejo na rua... É só andar nas ruas conosco. Ou então tem alguma contradição entre o que a gente vê na rua e o que as pesquisas mostram.

OD – Então a senhora não considera as pesquisas confiáveis?

OR – A pesquisa não é confiável? Eu respeito os institutos de pesquisa, mas o que estamos defendendo é que o que vemos nas ruas não está batendo com o que as pesquisas dizem. E as urnas vão mostrar isso. E não somos só nós que falamos nisso. Todos os candidatos contestam. Mas quem vai às ruas e recebe adesões como a de Dr. Makhoul, que representa a figura mais importante de esquerda que tivemos nos últimos tempos, vem para nossa campanha à toa? Não. Vem porque acredita que somos essa via de transformação. Por isso, Makhoul e Coronel Porto decidiram se desfiliar de seus partidos para vir com a gente.

OD – Em relação ao quadro administrativo que a senhora pretende estar formando se eleita, quais critérios serão levados em conta na escolha daqueles que vão trabalhar com a senhora?

OR – Primeiro, ser honesto, principalmente. Ter respeito com o dinheiro público, ter competência nas áreas que venham a ocupar e não ter nenhum vínculo com corrupção, com desvio de dinheiro público. Isso não vai poder acontecer, porque nosso governo será um basta à corrupção e às mazelas que Campos tem sofrido.

OD – Vai ter alguma restrição em relação a partido?

OR – Claro que não. A candidatura não é do PC do B, mas dos que querem mudar Campos de verdade. Tem muita gente que quer mudar Campos e não está em partido nenhum, como tem muita gente que quer mudar o município e que está em outros partidos, que não podem externar.

OD – Existe alguma possibilidade de se manter alguém do atual governo?

OR – Vamos formar nossa equipe a partir das pessoas de bem, que não são corruptas e que não desviaram dinheiro.

OD – Como a senhora avalia a atual gestão?

OR – A avaliação que tenho da atual gestão é a mesma de gestões que se sucederam a partir de um dado momento. Todas tiveram um afastamento daquilo que venha a ser coisa pública, do objetivo de atender a população.
OD – A senhora tem andado muito e já deve ter um Raio-X do município, sabendo quais são os principais problemas que temos aqui. Quais são as principais propostas da senhora para Educação, Saúde, Transporte, Infra-estrutura e outras áreas?

OR – A prioridade nossa está na Saúde e na Educação.

OD – Por que a senhora separou essas duas áreas?

OR – Porque, primeiro, a gente vê que nosso caos está concentrado na Saúde, o atendimento na saúde pública de Campos está um caos. Segundo, a questão da Educação, porque como educadora e conhecendo de forma concreta os problemas da Educação em Campos, até pelos últimos índices do MEC que colocam Campos num patamar muito inferior em relação aos outros municípios. Não existe um projeto de Educação comprometido realmente com a população, apesar de todo dinheiro que Campos tem. Não temos o dinheiro, de todas as verbas que recebemos, empregado de forma conseqüente na Educação assim como na Saúde. Então temos resultados péssimos nas duas áreas. E nós também entendemos que quando a gente fala em Educação, estamos falando de Saúde, Violência, Saneamento Básico, Segurança. A Educação é o pilar de um povo e é um conjunto de elementos que nos preparada para conviver coletivamente e ingressar no mercado de trabalho. Para colocarmos Campos no rumo do desenvolvimento, temos que investir em Educação.


OD – Mas voltando às propostas da senhora.

OR – Na Saúde, temos o Programa Viva Saúde Bairro, em que pretendemos integrar a Saúde em todo o município. Integraremos a Saúde a partir do Programa Saúde da Família, porque para nós tem que ser priorizada a Saúde preventiva e não apenas cuidar da saúde curativa. Em relação aos postos de saúde existentes, pretendemos estar reestruturando, e, em dois anos, queremos ter uma ampliação para 30 postos de atendimento 24 horas que vão funcionar como policlínicas. Nós queremos com tudo isso também implantar o Saúde na Escola, levando o atendimento médico para as crianças nas unidades escolares. Nós queremos regularizar o PSF e coloca-lo como deve ser feito, com profissionais concursados, nós queremos implantar um sistema de marcação de consultas e exames através de Internet e telefone, o cartão SUS e, como é nosso objetivo, acabar com as filas.

OD – Voltando à questão da campanha, está sendo dito que a senhora representa a terceira via.

OR – Nós representamos a alternativa de mudança real nessas eleições. Porque é uma condição que se precisa mudar, que se quer mudar e que se quer renovar o quadro político de Campos. Isso está na campanha da professora Odete. Essa é a alternativa de mudança, nós somos a via de mudança. As adesões confirmam isso, porque as pessoas que estão fazendo isso acreditam nessa mudança, num rebate à corrupção, à revezamento de um mesmo quadro de poder que temos em Campos há 20 anos. Então nós representamos a mudança, uma via de transformação para colocar Campos no rumo do desenvolvimento.

OD – A senhora já falou também de chegar ao segundo turno. Com qual dos concorrentes a senhora gostaria de ir para essa disputa?
OR –
Com quem for para o segundo turno conosco.

OD – E para a geração de empregos, quais as propostas da senhora?

OR – Primeiro, para gerar emprego numa cidade é preciso resgatar a confiança de quem quer investir no município. Existe hoje uma instabilidade política que precisa acabar, porque afasta investidores. Trazer transformações na estrutura da cidade, em que temos estradas em péssima condição, não se tem sistema de segurança funcionando, precariedade em água e esgoto. Além disso, incentivar a vinda de empresas com a arrumação da casa. Temos ainda a necessidade de reestruturar a indústria sucroalcooleira, resgatar a vocação de nossa cidade. Dinheiro a gente tem. Investir no agronegócio também e reestruturar, democratizar e ampliar o Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam), para atender as pequenas e microempresas.


OD – Falando em investimento, o orçamento previsto para o ano que vem é de mais de R$ 1,5 bilhão. A senhora acredita que esse recurso é o suficiente para fazer toda essa reestruturação que a cidade precisa e trazer o progresso que a senhora pretende trazer?OR – Temos que frisar que vem para a cidade muito mais dinheiro que o que vem dos royalties. A captação pode ser feita através de uma série de possibilidades que existem. Mas esse orçamento dá sim, porque não vamos roubar, não vamos estar trabalhando com processos de licitação superfaturados, nós não vamos estar imbuídos num processo de corrupção. Administrado, esse dinheiro dá, visto que há muitas cidades com menos dinheiro pelo país que tem a população com melhor qualidade de vida.

OD – Quatro anos é tempo suficiente para tirar Campos do atraso, que a senhora e outros candidatos falam ser de 20 anos?

OR – Primeiro que temos que trabalhar com projetos a longo prazo. Não tem que se fazer projetos para seu governo, mas para a sua cidade, para o povo de sua cidade.

OD – Como a senhora pretende estar movimentando o turismo ao longo do ano?

OR – Primeiro, precisamos criar um calendário cultural que envolva o turismo também. A secretaria de Turismo com outras entidades organizadas, além da Secretaria de Cultura, que é um projeto nosso, para atuar de forma conjunta para estimular o turismo de negócio, que é um potencial nosso. Em conseqüência, temos mais dinheiro na cidade, mais divisa, mais frente de emprego.

OD – O turismo de negócio envolveria as tradicionais festas do município?

OR – Sim, além do ecoturismo. Temos ainda um projeto denominado Complexo Poliesportivo, que abarca 22 modalidades esportivas amadores, podemos desenvolver o turismo, com corridas de karts, por exemplo. Temos também o Imbé, Lagoa de Cima. Temos um potencial para o turismo em Campos.

OD – Para colocar em ação os projetos que a senhora têm para a cidade haveria a busca por convênios com os governos estadual e federal?

OR – Nós somos uma cidade que faz parte de um estado e que está em um país e, sendo assim, você tem que ter diálogo com o governo do estado e governo federal.

OD – Em relação à cultura, a senhora já disse que pretende estar associando o turismo à cultura, incluiria aí quais propostas?

OR – Primeiro, a criação da Secretaria de Cultura para cuidar desde a Mana Chica até um corpo de baile. Que cuide desde nossos escritores até os artistas com atitudes individualizadas para manter escolas de arte.
OD – Na área de infra-estrutura, a senhora pretende de que forma implementar mudanças pelo município?
OR –
Muita coisa foi feita de forma errada para alguém lucrar com isso. É preciso refazer muitos dos calçamentos feitos para durar dois meses, de forma equivocada, com desperdício de dinheiro público. Vai ser preciso um projeto de reestruturação de infra-estrutura da cidade, mas não é um projeto de curto tempo.

FONTE-O DIÁRIO.

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