terça-feira, 30 de setembro de 2008

ENTREVISTA DE ROSINHA GAROTINHO NO DIÁRIO.




O DIÁRIO - O que a levou a ser candidata a prefeitura de Campos, depois de ter ocupado um dos cargos públicos mais importantes do País?

Rosinha - Eu não poderia ver a cidade deste jeito e me omitir. Na política, a gente cumpre uma missão. O partido entendeu que meu nome seria o ideal para governar a cidade e aceitei a missão, porque tenho experiência administrativa de ter sido governadora, cuidei de 92 municípios num estado com a economia do tamanho do Chile. Foi uma honra ter sido governadora e será uma honra ser prefeita de Campos.A população de Campos quer uma mudança nesse quadro, tanto que nosso nome disparou nas pesquisas em apenas dois meses de campanha, enquanto o outro candidato está em campanha há mais de um ano. A população quer mudar porque está entregue à própria sorte, sem direito a nada. Não dou importância ao fato de ter sido ex-governadora, Campos é uma cidade importante e precisa de todos nós.

OD - Como a senhora avalia tantos recursos que entram nos cofres da prefeitura e tão poucos investimentos. A senhora entende que a corrupção é o maior problema na prefeitura de Campos?

R - O desperdício é enorme. A situação é tão gritante que em Brasília há um movimento para mudar a distribuição dos royalties, o que implicará na retirada dos percentuais atuais. Será muito ruim para Campos, a cidade ficará numa situação difícil se isto de fato acontecer. Nós vamos inaugurar na internet o portal da transparência, será uma de nossas primeiras medidas para declarar à população onde os royalties do petróleo estão sendo gastos.

OD - A senhora tem noção do que encontrará na prefeitura? Que informações a senhora tem das finanças da prefeitura? Já sabe que as cobranças serão muitas...
R -
Sei, mas não posso recuperar 10 anos perdidos em apenas um ano. Mas logo no primeiro ano, vamos organizar a prefeitura, fazer com que as pessoas trabalhem em prol da população. O dinheiro está na cabeça do administrador, uma prefeitura que arrecada R$ 1,6 bilhão por ano tem a obrigação de cuidar bem das pessoas que mais precisam, oferecendo melhor qualidade de vida, investindo nas diferentes áreas. Eu cito sempre o exemplo de Rio das Ostras, município que recebe cinco vezes menos royalties do que Campos, mas uma cidade toda asfaltada, com saneamento básico em quase todos os bairros, as empresas se instalando por toda parte.

OD - As ações sociais foram algumas das marcas mais visíveis de sua administração em Campos e outros municípios. Essas medidas, tidas como populistas por alguns setores, serão mantidas?
R -
Engraçado é que quando o governo Lula anuncia programas como o Bolsa Família, chamam de programas sociais. Quando nós criamos o Restaurante Popular, a Farmácia Popular ou o Cheque Cidadão, chamam de programas populistas. Vamos implantar, sim, ações sociais, porque sabemos como sofre as pessoas mais pobres até conseguir um emprego. Vamos aumentar o Vale Alimentação para R$ 100, construir mais farmácias e restaurantes populares, sim. Vamos continuar construindo casas populares, criando uma política habitacional com planejamento e infra-estrutura as pessoas não podem viver em condições precárias, elas precisam de dignidade.

OD - Com relação ao centro, onde os transportes de ônibus e vans disputam passageiros, que fazer para conter a desordem na área?
R -
Vamos criar a tarifa de passagem mais barata, a R$ 1,00 para qualquer localidade do município. Com relação ao transporte alternativo, vamos regularizar seu funcionamento. Fizemos isso no Rio e iremos fazer aqui. Vamos colocar como prioridade a questão da gratuidade, que é lei e tem que ser cumprida e para evitar situações desagradáveis entre os passageiros e profissionais do transporte. E, como poder concedente, vamos até os empresários de ônibus para que haja uma renovação da frota, que não pode continuar como está com ônibus velhos, sem conforto e sem pontualidade. O centro também precisa ganhar em segurança, com melhor capacitação e atuação mais integrada da Guarda Civil Municipal, que precisa atuar em parceria com a PM. A segurança tem que ser reforçada com câmeras de monitoramento que serão instaladas e interligadas a um sistema de monitoramento on line para agilizar as ações emergenciais. O centro precisa ser revitalizado, ganhar reformas em seus prédios históricos para uma nova paisagem onde as pessoas tenham prazer de visitar, algumas ruas precisam ser estreitadas e as calçadas alargadas e vamos buscar parcerias para substituir a fiação externa pela subterrânea como em muitas cidades.
OD - Sim, em relação ao planejamento que a senhora falava...
R -
Pois bem... São muitos os investimentos que estão chegando para a nossa região, que terão como conseqüência a geração de empregos. O porto do Açu, o complexo de Barra do Furado estão aí, são investimentos que em trouxe para a região quando fui governadora. Nós iremos dar toda atenção a esses projetos, com a contrapartida da prefeitura em integração com as empresas. Precisaremos investir para o escoamento do tráfego de veículos que irão girar em torno desses empreendimentos. A RJ que liga Campos ao Farol terá que ser repensada, com uma via alternativa, o porto do Açu, como o novo aeroporto também exigirão investimentos na construção de estradas para esse novo tempo. Vamos precisar de mais outros viadutos, além do que eu fiz junto à ponte. Um deles eu irei construir logo, na Avenida 28 de Março com Beira Valão, que é um local problemático em relação ao trânsito. Quando eu fiz a ponte, que alguns ainda criticam, pensei na integração entre Campos e Guarus e no crescimento que a cidade vai ter com a Schulz, que se instalou em Guarus e já está na sua terceira unidade, além de outras indústrias que estão se instalando no distrito industrial da Codin.

OD - Sobre essas empresas que estão chegando a Campos, a senhora disse que sua preocupação é com o emprego do pessoal daqui, daí o slogan de sua campanha, que fala em mudança e emprego...
R -
Sim, precisamos atuar parceria junto às empresas e as instituições que cuidam no ensino profissionalizante para qualificar nossa gente. Imagine, nós estamos perdendo emprego para as pessoas que vem de fora para trabalhar na construção civil. Tenho ido nas obras pedir votos e constato que muitos trabalhadores falam: “Rosinha, eu queria votar em você, mas não voto em Campos, eu sou de outra cidade”. Aí eu pergunto: onde é que estão nossos trabalhadores. É preciso qualificar esse pessoal, se não os empreendimentos que aqui estão se instalando vão buscar funcionários lá fora para preencher seus quadros. Temos que investir num programa do primeiro emprego, como eu fiz na industria naval e na quando fui governadora, para permitir que o jovem ingresse qualificado no mercado de trabalho.

OD - Ainda quanto à geração de empregos, que tratamento terá o Fundecam em seu governo?
R -
Tenho me reunido com empresários e pequenos comerciantes. Nós precisamos investir os royalties do petróleo para quando o petróleo se esgotar ou suas reservas diminuírem como está previsto. Um desses instrumentos para o desenvolvimento sustentável é o Fundecam. Quando fui governadora consegui, através de incentivos fiscais, atrair empresas como a MMX, as empresas que irão se instalar em Barra do Furado, onde por sinal não fizeram ainda a dragagem dos canais e o empreendimento já deveria ter sido instalado. Mas vamos reestruturar o Fundecam, com abertura de crédito especial para as micro e pequenas empresas que já estão aqui instaladas e que irão se instalar no município. A micro e pequena empresa devem ter um tratamento especial porque tem uma capacidade maior de gerar empregos. Campos já teve um pólo de jeans que foi forte, mas hoje nossas pequenas fábricas mandam vir de outras cidades o material de que precisam para trabalhar suas peças. Quero esse setor de volta como grande gerador de renda e emprego que foi no passado.

OD - O etanol tem sido a grande vedete do agronegócio brasileiro e mundial como grande fonte de energia limpa e renovável. A agricultura, qual papel terá em seu governo?
R -
Nós temos que aproveitar bastante o agronegócio porque Campos é um município agrícola. A agricultura familiar, por exemplo, é uma atividade muito pouco explorada e incentivada por aqui. E notem que temos uma maioria de pequenos e micro produtores rurais. Precisamos criar linhas de crédito e financiamento para o cultivo da cana, utilizando mais recursos do Fundecana. Sem cana, as usinas não tem como produzir. Mas também vamos incentivar a produção de frutas, legumes e a produção de leite e carne bovina. Tudo que consumimos em nossas mesas vem de fora de Campos. Não aproveitamos a extensão territorial que temos. No Farol, por exemplo, a pesca é uma atividade completamente abandonada, reúne mais de 3 mil famílias que tiram seu sustento. Nosso governo vai incluir esse pessoal em suas prioridades.

OD - A violência tem sido um dos problemas que crescem em Campos, com o aumento da taxa de homicídios a cada ano. Como a senhora pretende contribuir para diminuir a criminalidade, se eleita?
R -
A segurança é um problema do Estado. Mas não se pode buscar solução para o problema só com policiamento. Além da questão da qualificação profissional, porque retira o jovem do abandono e lhe abre uma perspectiva, nós vamos criar programas sociais como fizemos no governo estadual, mas que foram desmantelados, como o Jovem Aprendiz, o Jovens pela Paz. Vamos criar mini vilas olímpicas em todos os bairros e distritos, visando oferecer condições de lazer a essa população, descobrirmos novos talentos, abrindo novas oportunidades a esses jovens. Fizemos isso no governo estadual em parceria com o Zico e a Jakceline do vôley, que serviram de referência na descoberta desses talentos. Vamos também revisar os critérios de distribuição do programa Bolsa-Atleta, criando parâmetros através de um ranking para fornecer essas bolsas. Não se pode dar bolsa a quem não participa de competições e não representa a cidade em lugar nenhum.

OD - As eleições deste ano serão diferentes de 2004, onde houve uma nacionalização do pleito com as perspectivas de disputa envolvendo o PT de um lado e o Garotinho de outro como presidenciável?
R -
Acho que não será como 2004, quando tudo que acontecia aqui era atribuído ao Garotinho. Se alguém gripasse ou espirrasse, a culpa era do Garotinho. Então, colocaram a tropa de choque do PT para ganhar as eleições e todas as irregularidades que causaram a cassação do prefeito e do vice. Mas vejo que há uma enorme de disposição dos mesmos grupos em manter tudo como está em Campos. Depois de anunciadas as pesquisas, vejo que os adversários estão entrando no desespero, retirando nossas placas, nas nossas carreatas, colocam seus carros nas ruas no mesmo local para provocar nosso pessoal. Já falei para não aceitarem provocação, levem numa boa mas não se intimidem porque não vamos nos intimidar com essas provocações.

OD - Outras candidaturas anunciam parcerias com o governo estadual e federal, colocando-se na condição de próximos do presidente Lula e do governador Sérgio Cabral. Apontam inclusive a perda da refinaria para Itaboraí. Em seu governo, a senhora tema alguma retaliação do Rio e de Brasília?

R - Eu não acredito que haverá retaliação, porque acredito que em primeiro lugar eles terão que ter respeito pelo povo de Campos, que eu irei representar como prefeita. Mas eu lembro que fiz o lançamento do selo da campanha em prol da refinaria, o único prefeito que faltou foi o de Campos, que na época era Arnaldo Vianna. Da mesma forma que fiz tudo na época para impedir que Lula fizesse a privatização da BR-101, da forma como está sendo feita, mas ninguém se mobilizou. Da mesma forma, acredito que pode acontecer com as mudanças que o PT está querendo fazer na distribuição dos royalties se não houver uma mobilização dos nossos deputados em Brasília.

OD - Além de ter sido ex-governadora, em sua avaliação, quais as suas principais qualidades, que outras credenciais que a levariam a pedir o voto do eleitor?
R -
Eu tenho serviços prestados e um compromisso com o povo de Campos para, através da minha experiência como governadora, mudar o perfil desta cidade. Como governadora, trouxe o complexo do porto do Açu e de Barra do Furado, que vão beneficiar muito a Campos e toda nossa região com a geração de milhares de empregos. Construí casas populares, fiz o centro de convenções e o hospital veterinário na Uenf. Fizemos o restaurante popular, a farmácia popular, as obras na estrada Campos-Farol, Campos-São Fidélis, Campos São Francisco do Itabapoana. Acho que fiz muito por Campos e vou fazer muito mais como prefeita.


5 comentários:

  1. Prestem atenção nisso!!! Fonte dentro de um avião escutou...Ilsan ganha com uma ótima quantidade de votos, é eleita presidente da câmara, Arnaldo é cassado, Anomal assume, Anomal pede p sair e Ilsan entra. Ilsan será a prefeita de Campos dos Goytacazes, é isso mesmo q estao vendo....isso se Arnaldo ganhar, claro..entao oq vcs querem?

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  2. Rosinha ,

    Faltou vc perguntar ao Arnaldo Popozão quando ele vai devolver os $70.000.000,00 que estão no exterior. Será que parte deste dinheiro está sendo usado na campanha.

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  3. Defender a candidata Rosinha é um absurdo, será que esquecem o silveira (td bem já faz tempo), mas e o Alvaro lins, chefe da polícia do DESGOVERNO rosinha, que em 2006 ela tanto pediu votos para ele ser eleito deputado, e hoje está preso e cassado, e a alcione ataíde, irmã do vice de rosinha, que esteve presa até pouco tempo por envolvimento em mais uma maracutaia do DESGOVERNO rosinha, que aliás foi secretária de saúde do garotinho aqui em Campos. Como esquecer o tratamento dado aos funcionários públicos e ao professores, com gás de pimenta e muito mais, sendo prepotente ao dizer que tirou o rio do buraco, tem gente que é cego mesmo. VOTAR EM rosinha, SÒ DOIDO PASSÌVEL DE INTERNAÇÂO IMEDIATA!!!!!!

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  4. MAS ELA TIROU ELA E GAROTINHO TIRARAM O RIO DO BURACO MESMO, para nao falar em outras coisas, o rio cresceu mais que o brasil nos ultimos anos e SEU PIB TRIPLICOU NA GESTAO DO CASAL!
    quanto ao caso segurança s/a o proprio promotor disse que garotinho nao ganhava nada com isso, e o caso silveirinha era isolado silveirinha tinha os esquemas muito antes de garotinho ser governador!

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  5. ARNALDO ACABOU DE TER SEU RECURSO NEGADO PELO STJ.

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oi