domingo, 13 de abril de 2008

"INFIÉIS" CANDIDATOS.

Entre os prefeitos das capitais brasileiras que podem concorrer à reeleição neste ano, cinco trocaram de legenda após o último pleito, segundo levantamento do G1. Três deles acabaram migrando para o PMDB, partido que havia vencido em apenas duas capitais em 2004. Os governantes municipais que trocaram de legenda e podem tentar um novo mandato são Dário Berger (Florianópolis), José Fogaça (Porto Alegre), Iradilson Sampaio (Boa Vista), João Henrique Carneiro (Salvador) e Cícero Almeida (Maceió). Berger, eleito pelo PSDB, migrou para o PMDB. Este último partido também angariou outros dois prefeitos – Fogaça, que estava no PPS, e Carneiro, que se elegeu pelo PDT. Sampaio trocou o PPS pelo PSB, e Almeida migrou do PDT para o PTB e, depois, foi para o PP.

O presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), disse acreditar que os três prefeitos que migraram para o partido devem se candidatar à reeleição. "Vão concorrer, sem dúvida alguma", afirmou Temer ao G1, destacando ainda que "a tendência é eles serem recolocados".

Temer espera que a legenda consiga nas eleições municipais deste ano pelo menos o mesmo número de capitais que tem atualmente. "Esperamos fazer pelos menos cinco prefeitos nas capitais. Se nós tivermos este desempenho nas capitais, será excelente", disse.
Para Roberto Freire, presidente do PPS, partido que perdeu os dois prefeitos eleitos em capitais em 2004, “há uma tendência muito grande no Brasil de adesismo”. Segundo ele, “tanto o estado quanto o município são muito dependentes de verbas federais”. “Há uma centralização no Brasil tão grande, que provoca objetivamente esse processo de troca partidária, sempre aderindo ao governo”, disse Freire ao G1. “Há uma grande pressão que governos exercem sobre prefeitos, deputados e vereadores.” No caso do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, Freire diz que houve ingratidão com o PPS. “Uma parcela da alta rejeição a Fogaça tem a ver com o tratamento desrespeitoso que ele teve com o partido”, afirmou o presidente do PPS. Freire, porém, diz acreditar que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que define que os eleitos pelo sistema majoritário -senadores, prefeitos e governadores - estão sujeitos a perda do mandato em caso de troca de partido, deve frear o troca-troca. “Mesmo que você tenha esta atuação, com a falta de recursos em que o prefeito vive um pouco pendurado no governo federal ou no governo estadual, vai haver, pelo menos, da parte do mandatário um pouco mais de cuidado”, destacou.

26 capitais
Em 2004, o PT venceu em nove capitais brasileiras - Vitória, Porto Velho, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Aracaju, Rio Branco, Macapá e Palmas. O PSDB ganhou em cinco - Curitiba, Cuiabá, São Paulo, Florianópolis e Teresina. O PDT obteve três vitórias - Salvador, São Luís e Maceió, mesmo número do PSB (João Pessoa, Natal e Manaus).
PMDB (Goiânia e Campo Grande) e PPS (Porto Alegre e Boa Vista) venceram em duas. O DEM ganhou no Rio e o PTB, em Belém.
Atualmente, no entanto, o panorama é bastante diferente devido às trocas partidárias. Além disso, alguns vices assumiram o cargo após a renúncia do titular, casos de São Paulo, Boa Vista e João Pessoa. O PT governa oito capitais, contra cinco do PMDB e quatro do PSB. o PSDB soma três e o DEM, duas. PP, PDT, PTB e PC do B têm o prefeito de uma capital cada um.
Postado por Cláudio Andrade.

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