Amigo Bruno não desanime com a sua profissão. Ela é linda e uma das mais respeitadas. É a lei que possibilita tais aberrações e não a advocacia. Quem legisla é o Senado e a Câmara dos Deputados com integrantes que vc escolheu quando votou.
Postado por Cláudio Andrade
Professor, não tenho dúvidas da beleza de minha futura profissão, minha escolha não foi motivada por outra coisa que não fosse a paixão que sempre acalentei pela justiça e pelo justo, e pelo Direito como ferramenta precípua para alcançá-los. Certamente tais excrescências jurídicas são frutos dos vícios legislativos; com consciência tranqüila posso dizer que não ocorreram ou ocorrem respaldados por meu voto, mas me coloco no barco por solidariedade e dever democrático; de qualquer forma, não se pode olvidar que grande parte de nossos legisladores são bacharéis em Direito.
ResponderExcluirMeus questionamentos e aflições, no entanto, não dizem respeito tão somente aos problemas normativos, mas em grande parte à falta de ética disseminada e diluída, não só no Direito, mas em toda e qualquer relação humana, heterogênea por natureza. Mas como nos lembra o velho ditado: roupa suja lava-se em casa.
Falo da advocacia da “competência genética”; do tráfico de influências; dos sistemas de captação de clientes dentro do próprio fórum; na rua; propaganda no rádio durante partida de futebol (!); da falta de celeridade por falta de “empurrões técnicos” e em decorrência desses; de julgados absurdos; da incompetência de alguns julgadores em descer do pedestal e lidar com o público; da postura de alguns durante audiências; da completa falta de sensibilidade ao tratar pessoas mais humildes, muitas vezes solapando uma prova testemunhal, por não se preocuparem em desanuviar a tensão daquelas pessoas em face do judiciário e da figura de um juiz. Sem contar outros defeitos, esses talvez nem tão passíveis de julgamento, por decorrerem da concorrência atroz, desleal ou não, e da necessidade de “ganhar o seu”, mas que de certa forma surrupiam um pouco de beleza da profissão: petições feitas em série, substituindo apenas o nome das partes, quando muito; empresas que desprezam todo conhecimento do profissional, contratando esse apenas para cumprir uma formalidade legal, levando suas propostas irrisórias com mero intuito de postergar o feito.
Por enquanto a paixão ainda fala mais alto, a partir do momento que começar a fraquejar e cair no campo da desilusão ainda há a veterinária como opção... Risos.
Abraço.
Bruno Lindolfo