Anjos existem e eu conheci.
Em uma manhã qualquer de Janeiro de 2016 andando pela vila de pescadores de Atafona encontrei uma senhora que me disse: Quer uma oração? Vá a São João da Barra e procure uma mulher que mora no centro que ela vai te ajudar.
Lá fui eu, na mesma hora, para o centro de SJB e ao lado do Banco do Brasil bati a campainha de uma casa. Ela atendeu, olhou-me e disse: Meu filho, eu não posso te atender agora, pois você está de sunga, volte às cinco da tarde.
Necessitando muito dela e de suas palavras santas, assim fiz, e às 17 horas, iniciou-se, um amor a primeira vista entre eu e esse anjo que durante um dos momentos mais difíceis de minha vida me estendeu a mão, me fez carinho, me orou, me beijou, me abraçou, foi confidente e me ajudou a ser salvo por Deus.
Na sua casa eu aprendi a ter fé de verdade e a conhecer a magia espiritual que aos poucos moldava minha cabeça naquele difícil verão onde eu tive que atravessar o deserto.
Cheirosa, bem vestida, sorridente, portando colares lindos e cheia de amor, ela sempre dizia ao nos despedir: “Meu neto, meu amor, eu te amo Cláudio”.
Era um ser tão maravilhoso que sempre me dava lembrancinhas e pequenas orações para eu levar para meus filhos.
Ontem, após uma reunião de campanha recebi a notícia de que ela fez a sua passagem e foi se encontrar com a sua mãe e o marido que ela tanto sofria de saudade.
Soube que seu filho encheu-a de perfumes e não deixou que ninguém chorasse a sua partida.
Queria ter me despedido dela em vida. Ontem mesmo, pela manhã iria ligar para ela, que tinha medo de eu não procurá-la mais.
Disseram-me que no final de vida ela já não atendia ninguém, mas eu duvido que se eu ligasse não ouviria o seu sonoro: “Meu amor, que saudade”.
Agora, ela é uma estrela que irei carregar para sempre, pois foi um anjo que Deus escolheu para me ajudar a atravessar um deserto que até então, parecia intransponível.
Como ela me ensinou" Não temo mais o mar, pois firme está minha fé, no meu barquinho está, Jesus de Nazaré".
O céu recebeu um anjo
Amo-te, Eliete Cajueiro.
Cláudio Andrade